A crise depressiva dos 30, 40, 50….

Uma pesquisa feita em 2008 com – pasmem! – dois milhões de pessoas em vários lugares deste planeta mostrou que a depressão dos “adultos” (nem jovens, nem velhos) é muito comum. Nos Estados Unidos, entre as mulheres o pior momento parece ser lá pelos quarenta; já entre os homens vem mais tarde: lá pelos cinquenta.

Por quê?

O que pode ser o pavio de uma depressão, o que pode provocar que ela se apresente, que exploda (estava em estado dormente, e, repentinamente, aparece)?

Estas são idades em que muito trabalho e muitas responsabilidades se acumulam: os filhos ficam mais problemáticos, pais e mães envelhecem e adoecem mais, o casamento por dar sinais de cansaço e o trabalho também. Tudo isso ao mesmo, tempo, às vezes, rompe a represa e libera a depressão.

O que recomenda a WebMD? Cuide de ti, também, não te esqueças de ti mesma ou mesmo. Enfrente esse acúmulo de maneira inteligente: exercite, garanta que terá tempo e condições para descansar e um sono reparador. Importantíssimo: não se isole, não fique sozinh@. Se a barra pesar mais do que podes aguentar, busque ajuda competente e não psicólogo de esquina.

Pensamos na vitamina B12 como uma ajuda maravilhosa para a memória, sobretudo a baseada na metilcobalamina. Porém, o complexo B12 tem outras virtudes! A falta de energia, a perda de memória e a depressão podem ser provocadas pela falta de B12, particularmente entre os idosos.  

O que “tem” B12? Peixe, carne, frango, queijo, ovos. Mas, entre os que passaram dos 50, uma suplementação ajuda mais porque seu corpo absorve a B12 melhor.

E quando o sexo vai para o brejo? Tudo piora. Os idosos produzem menos testosterona, um hormônio essencial para a vida sexual dos homens. Baixos níveis desse hormônio podem levar à falta de interesse no sexo, impotência e tudo isso está intimamente associado com a depressão.

O que fazer? Amor, sexo e romance devem ser reinventados de maneira compatível com a nova idade. Talvez as relações precisem de mais enredo, mais curtição, mais provocação. Há especialistas de verdade que pode ajudar (esqueça os conselhos ouvidos na sauna). A impotência frequentemente requer tratamento – e o tratamento funciona!

Há umas amigas íntimas da depressão que não são tão conhecidas. Uma delas são as disfunções da tiroide. Essas glândulas devem funcionar no normal, nem demais, nem de menos. Se são hiperativas, podem provocar fadiga, tremores e até palpitações no coração. Se são hipoativas, também pode aparecer a fadiga, o cansaço. Como há um componente genético nas disfunções da tiroide, fique de olho se algum parente apresenta esse problema. Para isso, não tem remédio caseiro. Consulte um especialista.

Um amigo diz que viver com dores crônicas deprime qualquer um. Há algum exagero, mas dor é dor. E a idade com frequência traz dores aqui e ali. Nas costas, artrite reumatoide, osteoartrite, dores no joelho, nas articulações e mais. Afirma o artigo na WebMD que quem sofre de dores crônicas triplica as chances de sofrer de depressão ou de uma desordem de ansiedade. É uma relação viciosa: a depressão dificulta os exercícios e os tratamentos que podem reduzir a dor.

No tratamento há surpresas: como sempre, exercícios. Porém, meditar e ouvir música ajudam. Para quem gosta, uma hora de música clássica por dia reduz a dor de tipo artrítico… e a depressão também. Se nada disso funcionar, o jeito é consultar um bom médico.

A saída de todos os filhos e filhas de casa pode parecer um alívio para alguns; não obstante, para a maioria, o alívio é temporário e logo vem o vazio, a síndrome “do ninho vazio”. Esse buraco na vida de pais e mães dedicados pode ser o estopim que explode a depressão.

É um momento de solidão. O melhor combate é fortalecer os lacos afetivos e interpessoais, dentro e fora da família. Pais e mães devem se redescobrir como marido e mulher. Primos, tios, sobrinhos, amigos e muitos mais podem mitigar a solidão do ninho vazio. É importante ocupar o tempo e os espaços. O pior é ficar em casa afundando na depressão, sozinho.

A depressão de adultos tem muitos outros estopins. Por enquanto tratamos dos mencionados acima.

 

GLÁUCIO SOARES                    IESP-UERJ 

Câncer em famílias e a necessidade de terapias genéticas

As terapias genéticas estão chegando… Pesquisadores da Johns Hopkins University e da University of Michigan pesquisaram 94 famílias com vários casos de câncer da próstata em cada uma delas e descobriram que tinham um gene em comum. Estimaram que a presença desse gene aumenta o risco de ter esse câncer de dez a vinte vezes. Encontraram a mesma mutação no gene HOXB13 em quatro das famílias e nos dezoito homens dessas famílias que tinham esse câncer. Essa mutação está presente em vários dos casos de homens que desenvolveram o câncer ainda jovens, antes dos cinqüenta anos.

Fonte: Health Day

 

GLÁUCIO SOARES                        IESP/UERJ

Câncer em famílias e a necessidade de terapias genéticas

As terapias genéticas estão chegando… Pesquisadores da Johns Hopkins University e da University of Michigan pesquisaram 94 famílias com vários casos de câncer da próstata em cada uma delas e descobriram que tinham um gene em comum. Estimaram que a presença desse gene aumenta o risco de ter esse câncer de dez a vinte vezes. Encontraram a mesma mutação no gene HOXB13 em quatro das famílias e nos dezoito homens dessas famílias que tinham esse câncer. Essa mutação está presente em vários dos casos de homens que desenvolveram o câncer ainda jovens, antes dos cinqüenta anos.

Fonte: Health Day

 

GLÁUCIO SOARES                        IESP/UERJ

Mastectomia profilática em mulheres com mutações do gene BRCA o reduz risco de câncer de mama para menos de 1%

Pesquisadores holandeses revelaram no 6th European Breast Cancer Conference, em Berlim, na Alemanha, que mulheres com mutações do gene BRCA apresentam 85% de risco de desenvolver câncer de mama, mas uma mastectomia profilática reduz o risco para menos de 1%.
Dra. Reinie Kaas, do departamento cirúrgico do Netherlands Cancer Institute, em Amsterdam, relatou uma série de 251 mulheres que foram submetidas à mastectomia uni ou bilateral após uma ou mais reavaliações. O procedimento padrão foi a mastectomia com preservação de pele associada à reconstrução imediata com prótese. Cerca de 2/3 dessas mulheres apresentaram a mutação do gene BRCA1 (n=179) e o restante, a mutação do gene BRCA2 (n=72).
Somente uma das 251 portadoras (0,4%) desenvolveu câncer de mama, devido a uma ressecção incompleta, dois anos após a mastectomia profilática. Essa paciente estava livre da doença seis anos após tratamento.
Contudo, a decisão de retirar mamas sadias deve ser feita unicamente pela mulher, enfatiza Dra. Kaas, o serviço de saúde não deve pressioná-la. Aproximadamente 50% das mulheres que possuem a mutação do gene BRCA tomam essa decisão. A alternativa acontece no acompanhamento usual, que envolve auto-exame mensal da mama, exame clínico realizado por um médico duas vezes por ano e mamograma anual + ressonância magnética.
O custo desse rastreamento intensivo é substancial. Dra. Yvonne Kamm, médica oncologista do Radboud University Nijmegen Medical Center, afirma que parte dessa despesa se deve ao uso de imagens por ressonância magnética. “A ressonância magnética é por si só dispendiosa, mas útil porque detecta tumores pequenos que poderiam não ser detectados de outra maneira.
Em uma apresentação de pôster, Dra. Kamm e colaboradores mostraram os resultados de 196 mulheres com mutações do gene BRCA que foram diagnosticadas entre 1999 e 2005. Essas mulheres foram avaliadas por um período médio de dois anos e, no total, foram submetidas a 1.149 exames de mama (dos quais 2% era anormal), 494 mamogramas (9% anormal) e 436 imagens por ressonância magnética (14% anormal). Quando qualquer anormalidade era encontrada, novas investigações eram realizadas, o que levou a 32 exames de mama, 17 mamogramas, 64 imagens por ressonância, 114 exames por ultra-som e 48 biópsias.
Durante o período de seis anos, 13 cânceres foram encontrados, 11 dos quais eram invasivos e dois eram carcinomas ductais in situ. “O custo total para encontrar um câncer de mama foi alto — 13,168 euros”, declarou Dra. Kamm.
6ª Conferência Européia de Câncer de Mama (EBCC): Abstracts 18 e 109. Apresentado em 16 de abril de 2008

Provenge (a "vacina") passa mais um teste

A Food and Drug Administration é o órgão regulador dos remédios nos Estados Unidos. Entre muitas outras funções, autoriza ou não a fabricação e venda de remédios. Usa grupos de especialistas que avaliam os dados das pesquisas para dar – ou não – o aval. No caso do remédio Provenge os especialistas votaram 13 a 4 para aceitar que havia “prova substancial” de que o tratamento é eficiente em homens com câncer de próstata avançado e 17 a 0 (zero mesmo) no sentido de que é um medicamento seguro e pode ser usado. E maio a FDA deve considerar o pedido dos fabricantes do Provenge, a Dendreon para aprovar ou não.
Qual o princípio?
A sua história é antiga: no fim do século XIX um cirurgião chamado William B. Coley notou que um paciente que teve uma infecção melhorou… do câncer. Coley passou a infectar pacientes de câncer com bactérias, mas os resultados foram contraditórios. A idéia, claro, é de estimular o sistema imune a mandar todas as tropas para combater o câncer que, infelizmente, poucas vêzes é identificado pelo sistema imune como uma ameaça.
Qual a evidência?????? Na pesquisa principal, Provenge ampliou a sobrevivência mediana em 4,5 meses de 21,4 meses (os que receberam o placebo) vs 25,9 dos que receberam Provenge – esse grupo era extremo, com câncer metastizado e que tinha esgotado todos os tratamentos. Três anos depois, 34% do grupo
Provenge estava vivo, em contraste com 11% do grupo placebo. Os efeitos colaterais foram, apenas, escalafrios e febre baixa. ——————————————————————————–
Porém, há resistências: a pesquisa foi muito pequena! Apenas 127 pacientes. Muitos consideram que a FDA aprovará uma pesquisa maior com mais pacientes antes de autorizar a fabricação e venda.

Outros pôsteres com notícias relacionadas podem ser lidas clicando em cima de seus títulos:
Bruce Tower e Provenge
http://psacontrol.blogspot.com/2007/04/bruce-tower-e-provenge.html
Provenge (a “vacina”) passa mais um teste
http://psacontrol.blogspot.com/2007/04/provenge-vacina-passa-mais-um-teste.html
A genética do governador do Texas e o câncer
http://psacontrol.blogspot.com/2007/02/gentica-do-governador-do-texas-e-o.html
J591 e a angiogênese (não tenha medo de ler)
http://psacontrol.blogspot.com/2007/02/j591-e-angiognese-no-tenha-medo-de-ler.html
Vacina para pacientes com câncer muito avançado
http://psacontrol.blogspot.com/2006/10/vacina-para-pacientes-com-cncer-muito.html
Mais uma “vacina” sendo tentada
http://psacontrol.blogspot.com/2006/02/mais-uma-vacina-sendo-tentada.html

J591 e a angiogênese (não tenha medo de ler)

Uma ampla equipe do NewYork-Presbyterian Hospital/Weill Cornell Medical Center em New York City demonstrou que um anticorpo tem a capacidade de destruir ou danificar o suprimento de sangue de tumores sem atingir as células sadias. O anticorpo, J591, busca a membrana do antígeno específico da próstata (PSMA). A PSMA é um alvo interessante porque está presente em muita quantidade nos cânceres de próstata, mas não em vasos sanguíneos normais. As terapias anti-angiogênicas não são novidade; porém, as terapias testadas matam os tumores de fome indiretamente – reduzindo os sinais que são emitidos para que novos vasos sejam criados. O J591 funciona diferente, buscando o PSMA nos vasos sanguíneos que alimentam as células cancerosas buscando danificá-los. A pesquisa-teste foi publicada dia 10/02/2007 no Journal of Clinical Oncology, com 27 pacientes de vários tipos de câncer. O objetivo era, apenas, mostrar que o J591 chegava ao alvo e não atingia outras células. Foi, em grande parte, atingido. O importante nessa pesquisa é que se trata de um princípio novo.

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Mais uma “vacina” sendo tentada
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Novos resultados com o uso de Provenge

A companhia Dendreon apresentou novos resultados das pesquisas com o remédio Provenge. A apresentação foi feita no 13o. Encontro Anual da Prostate Cancer Foundation Scientific Retreat, 19 a 21 de outubro passados (2006). Provenge é usado em cânceres de próstata muito avançados. A sobrevivência mediana (metade das pessoas mais e metade menos) foi de 25,9 meses entre os que tomaram Provenge em comparação com 21,4 no grupo controle, um ganho de 4 meses e meio. Sublinho que, nesse grupo com câncer metastisado que não responde mais ao tratamento hormonal, a sobrevivência mediana é de mais de dois anos.

A apresentação foi feita pelo Dr. Small e estará disponível no site da empresa
http://www.dendreon.com.

Para outras páginas sobre o câncer avançado, clique em cima de

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Supercomputadores e Câncer

Supercomputers Tackle Cancer, Technology Is Helping Doctors Determine The Right Treatment For Each Patient – CBS News

Esse artigo conta, entre outras coisas, o caso de Howard Young, que foi diagnosticado com câncer no pâncreas, um dos piores. Após todas as terapias convencionais, o supercomputador demonstrou que o câncer do Howard era o resultado de mutação em um gene específico que poderia ser tratado com duas terapias genéticas específicas, Iressa, normalmente usada para câncer do pulmão, e Urbitux, usado em cânceres do cólon. Passaram dois anos e Howard está vivo.
O supercomputador faz 2 trilhões de cálculos por segundo….
A esperança baseada neste tipo de tratamento começou com o mapeamento do genoma humano.
Dr. David Agus tratou o câncer de próstata de Jonathan Roth da mesma maneira. Com a internet, o computador pode estar num lugar e o doente e seu médico em outro. Foi o que aconteceu.
O Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, quer estabelecer uma rede nacional, com o computador no meio, e os centros de tratamento e de pesquisa enviando seus dados para serem analisados. Uma gotinha de sangue contém 60 gigas de informação. Nossos melhores centros eventualmente poderão estar ligados nessa rede.
Infelizmente, a esperança mora lá e não aqui. Depois de meio século pesquisando e ensinando mundo afora, estou convencido que a grande vantagem dos Estados Unidos está nas suas universidades e centros de pesquisa.

Terapia genética e outros tratamentos recentes

Um experimento combinou radiação com terapia genética. O número de pacientes ainda é pequeno, mas os resultados são positivos. Clique aqui.
O estudo foi feito no Methodist Hospital em Houston, separando os casos de baixo risco (PSA10, Gleason>7). Cinco anos depois todos do primeiro grupo estavam vivos e livres da doença, assim como 90% do grupo de alto risco.