Quantos anos viveríamos sem tratamento?

Uma das principais preocupações de pacientes de câncer é com o tempo de sobrevivência. É compreensível. Todos nós, pacientes, tomamos muitas decisões com relação ao tratamento, que afetam tanto a qualidade de vida quanto a sobrevivência, mas raramente temos a informação adequada para tomar as decisões.

Muitos pacientes com um câncer avançado atingem um nível em que o câncer não responde mais ao tratamento. Nesse momento, seu câncer recebe um nome novo: metastatic castrate-resistant prostate cancer (mCRPC), que significa que o câncer já tem metástase e não responde mais ao tratamento hormonal equivalente à castração.

Nesse momento há uma decisão a tomar: seguir com o tratamento – um número crescente de médicos sugere que sim, porque o câncer crescerá mais rapidamente sem o tratamento, mas outros aconselham o fim desse tratamento devido aos efeitos colaterais sobre a qualidade da vida. Qualquer que seja a decisão tomada nesse ponto (continuar ou não) há mais decisões: começar outro tratamento ou não. A escolha parece, mas não é óbvia: muitos pacientes acham que é muito sacrifício para pouco ganho. Infelizmente, no Brasil, temos um número que, eu suspeito, é grande, de pacientes que não sabem que há outros tratamentos e, ainda, dos que sabem da existência do tratamento mas não tem recursos para tratá-los.

Por qualquer uma dessas razões, muitos param o tratamento nesse ponto.

Quanto tempo vivem? Quais as características dos que vivem mais em relação aos que vivem menos?

Há uma pesquisa feita entre 2000 e 2005 que responde essas perguntas.

Sem tratamento, a mediana de sobrevivência foi 12,3 meses (mediana: metade viveu mais do que isso, metade menos). A variância foi muito grande: de dias até 108 meses (9 anos). 17% estavam vivos três anos depois e dois pacientes estavam vivos no fim da pesquisa.

O que se correlaciona com viver mais ou viver menos?

O nível mais baixo atingido pelo PSA  durante o tratamento hormonal é um dos indicadores mais favoráveis. Em comparação com os que não desceram abaixo de 11 μg/l durante o tratamento, os que baixaram a menos de 1 μg/l reduziram o risco de morte em 71%. Uma diferença grande. Do lado oposto, negativo, o crescimento do PSA durante o período logo depois de não baixar mais também conta: quanto mais devagar ele cresceu, mais vida, mais sobrevivência. Se ele dobrar em menos de 1,6 meses, o risco de morte é três vezes maior do que se ele dobrar em mais de três meses.

Há dois outros indicadores que também contam : se a fosfatase alcalina e a hemoglobina permanecerem em níveis normais, melhor.

Esses são os fatores que os pesquisadores noruegueses encontraram e que dizem quanto tempo alguns de nós viveremos depois de uma das decisões difíceis que temos que tomar.

Para saber mais, leia o artigo de Sven Löffeler, Harald Weedon-Fekjaer, Marte Sofie Wang-Hansen, Karin Sebakk, Hanne Hamre, Erik S Haug, Sophie D Fosså, em Scandinavian journal of urology. 2015 Jul 03 [Epub ahead of print].

GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ

A METÁSTASE ÓSSEA E O RISCO DE FRATURAS

Alguns pacientes e, sobretudo, seus parentes e amigos escreveram solicitando conselhos sobre a metástase óssea e temas relacionados. Esse é um tema a ser tratado com seu urólogo ou oncólogo. Como paciente, admito que essa é uma área que me faz sentir muito desconfortável. Por isso, busco com particular atenção as pesquisas feitas e as informo.

O tratamento antihormonal, etapa quase obrigatória no tratamento de canceres agressivos, aumenta – e muito – o risco de perda óssea e de fraturas.

Como lidar com essa ameaça?

Um anticorpo monoclonal chamado denosumab parece ajudar. Há uma associação entre o uso de denosumab – no momento adequado a ser decidido pelo urólogo ou oncólogo, não antes nem depois – aumenta a densidade óssea e reduz o risco de fraturas que atingem a espinha. Esse efeito foi constatado entre pacientes recebendo o tratamento antihormonal no Massachusetts General Hospital Cancer Center. O procedimento foi a clássica divisão entre o grupo experimental, que recebeu o denosumab cada seis meses, e o grupo controle, que recebeu um placebo também cada seis meses.

Dois anos depois, compararam os dois grupos: a densidade óssea na espinha lombar do grupo experimental (que recebeu o denosumab) aumentou 5,6%, ao passo que no grupo controle diminuiu 1%. Os pesquisadores constataram aumento na densidade óssea em outros lugares, como nos quadris (como um todo), no fêmur etc.

Além disso, verificaram que as diferenças entre os dois grupos começaram cedo: já estavam presentes um mês depois do primeiro tratamento e continuavam presentes três anos depois. Nesse momento (três anos depois) os pacientes do grupo experimental reduziram as fraturas em uma ou mais vertebras. Os dados divulgados pararam aí. A conclusão possível é que o denosumab reduz os problemas ósseos dos pacientes que fazem terapia antihormonal e cujo câncer não metastizou (o que não garante que continuará sem metástases).

Denosumab aumenta riscos de problemas sérios, um deles sendo a necrose mandibular. Claro está que o paciente, em consulta com seu urólogo e/ou oncólogo, tem que decidir se as vantagens compensam esse maior risco.

Outras pesquisas mostram que exercícios (orientados), exposição solar (prudente, de até uma hora, cedo durante a manhã ou no fim da tarde), e ingestão com orientação médica de vitamina D3 também reduzem o risco de lesões ósseas.

GLAUCIO SOARES IESP-UERJ

Cinco aulas rápidas sobre o câncer – com legendas em português

Se você, ou um amigo, um familiar, enfrenta um câncer e quer saber um pouco mais sobre essa doença, sobre onde está na fronteira do conhecimento, esta é uma oportunidade de ouro. São cinco aulas rápidas, que duram cerca de vinte minutos, com legendas  em português. São parte de uma série muito maior, chamada de Ted Talks. Essas mini-palestras são feitas por mini-pesquisadore(a)s de renome internacional. Se você for um(a) paciente, ou amigo, ou parente, comum, e assistir essas cinco palestras – uma hora e meia da sua vida – aposto que você sairá entendendo essa doença e a vendo de outra perspectiva. Vale a pena! Clique no link abaixo e vejas as palestras elencadas depois do link. O link abre as cinco palestras.

http://www.ted.com/playlists/63/a_cure_for_cancer.html

  1. Sobre uma possível cura para o câncer:
  2. Sobre como matar o câncer de fome:
  3. David Agus: A new strategy in the war on cancer;
  4. Eva Vertes: Meet the future of cancer research
  5. Deborah Rhodes: A test that finds 3x more breast tumors, and why it’s not available to you

 

Negar o câncer aumenta o estresse

 

 

 

 

Uma pequena pesquisa sugere que a negação (denial) não é uma boa resposta a notícias negativas em relação ao câncer. A pesquisa, feita em Miami, mostra que a negação e evitar falar/ler/ouvir sobre a doença faz com que o diagnóstico e outras notícias negativas sejam ainda piores do que realmente são.  

O estudo é pequeno, com cerca de cem homens que farão uma biópsia. Todos completaram um questionário antes que buscava ver que o tipo de resposta do paciente ao receber a notícia. Essa coleta de dados foi feita logo antes da biópsia e outra foi feita duas semanas depois de conhecido o resultado.

Trinta e oito tinham câncer. Os que tinham uma atitude de negação (não tenho câncer; os médicos estão errados; os testes não indicam nada etc.) ou de evitar saber (não quero saber, não me digam, silêncio e isolamento social propositados etc.) tinham níveis de estresse mais altos após receberem o diagnóstico desfavorável.

Essa consequência do tipo de reação também teve um impacto negativo entre os que receberam um resultado benigno. Não obstante, uma atitude positiva, ativa, não aumentava nem diminuía o estresse.

Claro que essa é uma pesquisa pequena que precisa ser repetida com um número maior de pacientes. Até lá, ficam essas sugestões…

 

GLÁUCIO SOARES       IESP/UERJ

 

Um remédio antigo, com um nome impossível para nós, leigos, (Diethylstilbestrol – DES) talvez volte a ser usado. O progresso no tratamento não se  limita à produção de novos medicamentos; há muitos ganhos com o aperfeiçoamento dos medicamentos existentes.

Porém, o DES tinha pesados efeitos colaterais, mas eles variavam com a dose. Era usado em pacientes com metástases. A dose usada por muitos, 5-mg, era altamente tóxica.   

Em 1941, Huggins estava pesquisando os efeitos tóxicos do DES e sua relação com a dosagem. Uma pesquisa chamada VACURG mostrou um aumento de 36% na mortalidade com essa dose.

Não obstante, num nível mais baixo, de 3-mg diários, os eventos tromboembólicos atingiram cerca de 10% dos pacientes, bem mais do que os 2,7% do outro grupo, que incluía duas substâncias (cyproterone acetate e

medroxyprogesterone acetate) numa pesquisa chamada de EORTC, feita na Europa. Um resultado consideravelmente melhor do que o obtido com 5-mg.

O risco de um evento tromboembólico aumentou com a idade, o peso e um histórico de doenças cardiovasculares, como seria de esperar.

Alguns pesquisadores começam a levantar a hipótese de que com doses baixas, de 1-mg a 3-mg, o DES poderia voltar a ser usado.

Quais os benefícios do DES?

Em cinco pesquisas houve uma resposta entre 39% e 79% do PSA. Como vários outros medicamentos dados a pacientes com câncer avançado, o ganho na esperança de vida foi modesto. Comecemos com o tempo até o câncer voltar a crescer: essa cifra está disponível em três pesquisas: 6,7; 7 e 7,5 meses (na média), uma variação limitada. Dentro de cada pesquisa também houve variação: duas proporcionaram essa informação. Uma entre dois e 36 meses; outra entre 4,8 e 15,2 meses. É importante notar que esses pacientes já haviam passado por outro tratamento hormonal e não respondiam mais a ele. Ou seja, o DES estava sendo usado em pacientes como um tratamento hormonal de segunda linha.

Uma pesquisa de Klotz e associados revelou que, dois anos depois, 63% dos pacientes que usaram DES como tratamento continuavam vivos. A sobrevivência média ou mediana deve ser aquilatada em relação à mesma sobrevivência da população masculina total com a mesma idade. No Brasil, homens com 75 anos têm uma esperança de vida de dez anos, ou 120 meses.

O DES é barato, raramente foi usado nos Estados Unidos mas foi amplamente usado na Europa. Pode ser melhorado e seus efeitos colaterais podem ser reduzidos. É um forte candidato a um tratamento hormonal de segunda ou terceira linha.

 

 

GLÁUCIO SOARES           IESP/UERJ   

A volta de um antigo medicamento?

 

Um remédio antigo, com um nome impossível para nós, leigos, (Diethylstilbestrol – DES) talvez volte a ser usado. O progresso no tratamento não se  limita à produção de novos medicamentos; há muitos ganhos com o aperfeiçoamento dos medicamentos existentes.

Porém, o DES tinha pesados efeitos colaterais, mas eles variavam com a dose. Era usado em pacientes com metástases. A dose usada por muitos, 5-mg, era altamente tóxica.   

Em 1941, Huggins estava pesquisando os efeitos tóxicos do DES e sua relação com a dosagem. Uma pesquisa chamada VACURG mostrou um aumento de 36% na mortalidade com essa dose.

Não obstante, num nível mais baixo, de 3-mg diários, os eventos tromboembólicos atingiram cerca de 10% dos pacientes, bem mais do que os 2,7% do outro grupo, que incluía duas substâncias (cyproterone acetate e

medroxyprogesterone acetate) numa pesquisa chamada de EORTC, feita na Europa. Um resultado consideravelmente melhor do que o obtido com 5-mg.

O risco de um evento tromboembólico aumentou com a idade, o peso e um histórico de doenças cardiovasculares, como seria de esperar.

Alguns pesquisadores começam a levantar a hipótese de que com doses baixas, de 1-mg a 3-mg, o DES poderia voltar a ser usado.

Quais os benefícios do DES?

Em cinco pesquisas houve uma resposta entre 39% e 79% do PSA. Como vários outros medicamentos dados a pacientes com câncer avançado, o ganho na esperança de vida foi modesto. Comecemos com o tempo até o câncer voltar a crescer: essa cifra está disponível em três pesquisas: 6,7; 7 e 7,5 meses (na média), uma variação limitada. Dentro de cada pesquisa também houve variação: duas proporcionaram essa informação. Uma entre dois e 36 meses; outra entre 4,8 e 15,2 meses. É importante notar que esses pacientes já haviam passado por outro tratamento hormonal e não respondiam mais a ele. Ou seja, o DES estava sendo usado em pacientes como um tratamento hormonal de segunda linha.

Uma pesquisa de Klotz e associados revelou que, dois anos depois, 63% dos pacientes que usaram DES como tratamento continuavam vivos. A sobrevivência média ou mediana deve ser aquilatada em relação à mesma sobrevivência da população masculina total com a mesma idade. No Brasil, homens com 75 anos têm uma esperança de vida de dez anos, ou 120 meses.

O DES é barato, raramente foi usado nos Estados Unidos mas foi amplamente usado na Europa. Pode ser melhorado e seus efeitos colaterais podem ser reduzidos. É um forte candidato a um tratamento hormonal de segunda ou terceira linha.

 

 

GLÁUCIO SOARES           IESP/UERJ   

XOFIGO: mais três meses de vida e menos dor

 

A FDA americana, que exerce várias funções que são exercidas (ou deveriam ser) exercidas pela ANVISA no Brasil, liberou a produção e venda de novo medicamento na luta contra o câncer da próstata avançado, que se chama Xofigo. Liberou antes do esperado porque a demonstração de que o medicamento ajuda foi convincente.

Xofigo se aplica a pessoas que estão em um estagio avançado do câncer da próstata, depois de uma das terapias iniciais, que objetivam curar o câncer (cirurgia, radiação, braquiterapia etc.) e falham. Depois disso quase todos os pacientes fazem uma terapia que não tem poder curativo, a (anti)hormonal. Quando o paciente deixa de responder a essa terapia, não há muitas alternativas (embora haja algumas) e a maioria dos canceres avança sobre os ossos, o que, usualmente, é muito doloroso. A metástase óssea, além de dolorosa, reduz a sobrevivência e os problemas que ela provoca são responsáveis por parte significativa das mortes causadas por esse câncer. Noventa por cento dos pacientes com metástases apresentam metástases ósseas. Pois Xofigo tem um efeito antitumoral sobre as metástases ósseas. Como muitos dos medicamentos recentes para pacientes avançados, os benefícios são limitados.

O que o Xofigo faz? Ele é baseado no radium-223. O isótopo forma complexos nas áreas de rápida mudança óssea – como é o caso das metástases ósseas. Ele emite radiação que atinge as células próximas, limitando o crescimento do câncer.     

Xofigo não é panaceia. Os pacientes que tomaram Xofigo viveram mais 14 meses; o grupo controle viveu 11,2 meses, um ganho de quase três meses. Como muitos medicamentos recentes, o ganho mediano é medido em poucos meses, não obstante, há pouco tempo não havia nada que fazer. A qualidade da vida também foi superior. Tiveram, na média, mais seis meses até que aparecessem sintomas ósseos, como compressão da coluna e uma redução de 50% no risco de que a compressão acontecee. Ela causa dor e pode causar paralisia.

Dois por cento dos pacientes tiveram problemas na medula óssea e dois morreram.

Os efeitos colaterais não são poucos: náusea, diarreia, vômitos, edemas etc., sem falar na anemia, linfocitopenia, leucopenia, trombocitopenia e mais. Sabemos que são alguns meses a mais e que há muitos efeitos colaterais, mas a alternativa é pior – menos tempo de vida, e de vida dolorosa.

O medicamento é fabricado pela Bayer.

Nos últimos anos vários medicamentos foram desenvolvidos e aprovados, com algumas características semelhantes: se aplicam a canceres muito avançados, tem um efeito modesto e, claro, são muito caros. Infelizmente seus ganhos de vida não são somatórios nem multiplicativos, embora haja benefícios em tratar os pacientes com alguns deles depois de outros.

Ainda falta muito. Não obstante, há poucos anos não havia nada, só a espera dolorosa pela morte.

 

GLÁUCIO SOARES       IESP-UERJ

XOFIGO: mais três meses de vida e menos dor

A FDA americana, que exerce várias funções que são exercidas (ou deveriam ser) exercidas pela ANVISA no Brasil, liberou a produção e venda de novo medicamento na luta contra o câncer da próstata avançado, que se chama Xofigo. Liberou antes do esperado porque a demonstração de que o medicamento ajuda foi convincente.

Xofigo se aplica a pessoas que estão em um estagio avançado do câncer da próstata, depois de uma das terapias iniciais, que objetivam curar o câncer (cirurgia, radiação, braquiterapia etc.) e falham. Depois disso quase todos os pacientes fazem uma terapia que não tem poder curativo, a (anti)hormonal. Quando o paciente deixa de responder a essa terapia, não há muitas alternativas (embora haja algumas) e a maioria dos canceres avança sobre os ossos, o que, usualmente, é muito doloroso. A metástase óssea, além de dolorosa, reduz a sobrevivência e os problemas que ela provoca são responsáveis por parte significativa das mortes causadas por esse câncer. Noventa por cento dos pacientes com metástases apresentam metástases ósseas. Pois Xofigo tem um efeito antitumoral sobre as metástases ósseas. Como muitos dos medicamentos recentes para pacientes avançados, os benefícios são limitados.

O que o Xofigo faz? Ele é baseado no radium-223. O isótopo forma complexos nas áreas de rápida mudança óssea – como é o caso das metástases ósseas. Ele emite radiação que atinge as células próximas, limitando o crescimento do câncer.     

Xofigo não é panaceia. Os pacientes que tomaram Xofigo viveram mais 14 meses; o grupo controle viveu 11,2 meses, um ganho de quase três meses. Como muitos medicamentos recentes, o ganho mediano é medido em poucos meses, não obstante, há pouco tempo não havia nada que fazer.

Dois por cento dos pacientes tiveram problemas na medula óssea e dois morreram.

Os efeitos colaterais não são poucos: náusea, diarreia, vômitos, edemas etc., sem falar na anemia, linfocitopenia, leucopenia, trombocitopenia e mais. Sabemos que são alguns meses a mais e que há muitos efeitos colaterais, mas a alternativa é pior – menos tempo de vida, e de vida dolorosa.

O medicamento é fabricado pela Bayer.

Nos últimos anos vários medicamentos foram desenvolvidos e aprovados, com algumas características semelhantes: se aplicam a canceres muito avançados, tem um efeito modesto e, claro, são muito caros. Infelizmente seus ganhos de vida não são somatórios nem multiplicativos, embora haja benefícios em tratar os pacientes com alguns deles depois de outros.

Ainda falta muito. Não obstante, há poucos anos não havia nada, só a espera dolorosa pela morte.

 

 

GLÁUCIO SOARES       IESP-UERJ

Ser gordo aumenta o risco de câncer da próstata mesmo depois de biópsia negativa

Vamos examinar apenas os homens que fizeram uma biópsia da próstata e que, naquele momento, os resultados foram negativos – negativos: não há câncer. São quinhentos pacientes. Vamos acompanhar esses homens por 14 anos, mas antes vamos separa-los de acordo com o grau de obesidade.

Nesse período, quantos desenvolveram câncer? Onze por cento.

Quantos em cada grupo? O grau de obesidade influencia a probabilidade de vir a desenvolver um câncer (ou de revelar um câncer que já estava lá)?

Essa é a pergunta feita por Andrew Rundle, professor de epidemiologia na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Rundle sabia que outros fatores influenciavam o risco de ter câncer da próstata, como cor da pele, história de câncer na família, idade, se fuma ou fumou etc. Esses fatores devem ser controlados em qualquer pesquisa. E o foram.

E aí? Qual o impacto da obesidade? A obesidade aumentou em 57% o risco de que esse câncer aparecesse e fosse diagnosticado durante os quatorze anos de acompanhamento.

É interessante notar que essa associação só vale para os canceres que surgiram nos primeiros anos e não no final do período. Ninguém sabe o porquê.

Mais uma pesquisa que demonstra que é alto o custo da obesidade!

 

Leia mais: Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention de 23 de abril.

 

GLÁUCIO SOARES       IESP-UERJ

Ser gordo aumenta o risco de câncer da próstata mesmo depois de biópsia negativa

 

Vamos examinar apenas os homens que fizeram uma biópsia da próstata e que, naquele momento, os resultados foram negativos – negativos: não há câncer. São quinhentos pacientes. Vamos acompanhar esses homens por 14 anos, mas antes vamos separa-los de acordo com o grau de obesidade.

Nesse período, quantos desenvolveram câncer? Onze por cento.

Quantos em cada grupo? O grau de obesidade influencia a probabilidade de vir a desenvolver um câncer (ou de revelar um câncer que já estava lá)?

Essa é a pergunta feita por Andrew Rundle, professor de epidemiologia na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Rundle sabia que outros fatores influenciavam o risco de ter câncer da próstata, como cor da pele, história de câncer na família, idade, se fuma ou fumou etc. Esses fatores devem ser controlados em qualquer pesquisa. E o foram.

E aí? Qual o impacto da obesidade? A obesidade aumentou em 57% o risco de que esse câncer aparecesse e fosse diagnosticado durante os quatorze anos de acompanhamento.

É interessante notar que essa associação só vale para os canceres que surgiram nos primeiros anos e não no final do período. Ninguém sabe o porquê.

Mais uma pesquisa que demonstra que é alto o custo da obesidade! Outras pesquisas já demonstraram que a obesidade aumenta o risco de cinco cânceres: cólon, rins, esôfago, endométrio (do útero) e da mama depois da menopausa.

 Leia mais: Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention de 23 de abril.

 

GLÁUCIO SOARES       IESP-UERJ