A crise depressiva dos 30, 40, 50….

Uma pesquisa feita em 2008 com – pasmem! – dois milhões de pessoas em vários lugares deste planeta mostrou que a depressão dos “adultos” (nem jovens, nem velhos) é muito comum. Nos Estados Unidos, entre as mulheres o pior momento parece ser lá pelos quarenta; já entre os homens vem mais tarde: lá pelos cinquenta.

Por quê?

O que pode ser o pavio de uma depressão, o que pode provocar que ela se apresente, que exploda (estava em estado dormente, e, repentinamente, aparece)?

Estas são idades em que muito trabalho e muitas responsabilidades se acumulam: os filhos ficam mais problemáticos, pais e mães envelhecem e adoecem mais, o casamento por dar sinais de cansaço e o trabalho também. Tudo isso ao mesmo, tempo, às vezes, rompe a represa e libera a depressão.

O que recomenda a WebMD? Cuide de ti, também, não te esqueças de ti mesma ou mesmo. Enfrente esse acúmulo de maneira inteligente: exercite, garanta que terá tempo e condições para descansar e um sono reparador. Importantíssimo: não se isole, não fique sozinh@. Se a barra pesar mais do que podes aguentar, busque ajuda competente e não psicólogo de esquina.

Pensamos na vitamina B12 como uma ajuda maravilhosa para a memória, sobretudo a baseada na metilcobalamina. Porém, o complexo B12 tem outras virtudes! A falta de energia, a perda de memória e a depressão podem ser provocadas pela falta de B12, particularmente entre os idosos.  

O que “tem” B12? Peixe, carne, frango, queijo, ovos. Mas, entre os que passaram dos 50, uma suplementação ajuda mais porque seu corpo absorve a B12 melhor.

E quando o sexo vai para o brejo? Tudo piora. Os idosos produzem menos testosterona, um hormônio essencial para a vida sexual dos homens. Baixos níveis desse hormônio podem levar à falta de interesse no sexo, impotência e tudo isso está intimamente associado com a depressão.

O que fazer? Amor, sexo e romance devem ser reinventados de maneira compatível com a nova idade. Talvez as relações precisem de mais enredo, mais curtição, mais provocação. Há especialistas de verdade que pode ajudar (esqueça os conselhos ouvidos na sauna). A impotência frequentemente requer tratamento – e o tratamento funciona!

Há umas amigas íntimas da depressão que não são tão conhecidas. Uma delas são as disfunções da tiroide. Essas glândulas devem funcionar no normal, nem demais, nem de menos. Se são hiperativas, podem provocar fadiga, tremores e até palpitações no coração. Se são hipoativas, também pode aparecer a fadiga, o cansaço. Como há um componente genético nas disfunções da tiroide, fique de olho se algum parente apresenta esse problema. Para isso, não tem remédio caseiro. Consulte um especialista.

Um amigo diz que viver com dores crônicas deprime qualquer um. Há algum exagero, mas dor é dor. E a idade com frequência traz dores aqui e ali. Nas costas, artrite reumatoide, osteoartrite, dores no joelho, nas articulações e mais. Afirma o artigo na WebMD que quem sofre de dores crônicas triplica as chances de sofrer de depressão ou de uma desordem de ansiedade. É uma relação viciosa: a depressão dificulta os exercícios e os tratamentos que podem reduzir a dor.

No tratamento há surpresas: como sempre, exercícios. Porém, meditar e ouvir música ajudam. Para quem gosta, uma hora de música clássica por dia reduz a dor de tipo artrítico… e a depressão também. Se nada disso funcionar, o jeito é consultar um bom médico.

A saída de todos os filhos e filhas de casa pode parecer um alívio para alguns; não obstante, para a maioria, o alívio é temporário e logo vem o vazio, a síndrome “do ninho vazio”. Esse buraco na vida de pais e mães dedicados pode ser o estopim que explode a depressão.

É um momento de solidão. O melhor combate é fortalecer os lacos afetivos e interpessoais, dentro e fora da família. Pais e mães devem se redescobrir como marido e mulher. Primos, tios, sobrinhos, amigos e muitos mais podem mitigar a solidão do ninho vazio. É importante ocupar o tempo e os espaços. O pior é ficar em casa afundando na depressão, sozinho.

A depressão de adultos tem muitos outros estopins. Por enquanto tratamos dos mencionados acima.

 

GLÁUCIO SOARES                    IESP-UERJ 

Os remédios para a pressão alta

Um demônio ronda as casas das pessoas com pressão alta: as próprias pessoas que sofrem dessa doença. Elas acham  que quando os sintomas desaparecem, podem parar de tomar os remédios. Algumas (poucas), mais informadas, tiram a pressão regularmente e, quando a pressão baixa ao normal, param de tomar o remédio. São candidatas ao derrame e à morrer de enfermidade circulatória.

A pressão ala tem muito a ver com o estilo de vida da pessoa, o que come (de errado) e o que faz (ou não faz, ficando sentada vendo televisão). É uma doença crônica. Os remédios podem controlar a pressão alta, mas não podem curá-la.

Muita gente com pressão alta não sente nada (por isso alguns a chamam de doença oculta). E acaba parando de tomar os medicamentos.

Acontece alguma coisa quando o doente para de tomar o medicamento?

Acontece! Aumenta o risco de infartar, de outros ataques cardiovasculares. de derrame, de dano e parálise dos rins e muitas doenças mais.

E se a gente esquece? Eu uso uma caixinha dividida em sete dias da semana e coloco todas as pílulas que tenho que tomar cada dia. Outros deixam avisos dentro da própria casa ou pedem a outras pessoas que moram na casa para avisar e até algumas que não moram. Ajuda, e muito.

Às vezes, quando você realmente muda seu estilo de vida, muda a dieta, corta o sal a quase zero, passa a andar ou a fazer outros exercícios com frequência, o médico pode reduzir a dose, mas quase nunca aconselhar a parar de tomar o remédio.

Cuidado com esse demônio. Êle está dentro de você tentando você a parar o tratamento…

Os animais ajudam os pacientes

Já sabemos que animais de estimação trazem benefícios para os que cuidam deles. Muitos estudos sugerem que pessoas com animais de estimação têm pressão mais baixa, níveis de estresse mais baixos, são mais felizes e se recuperam mais rapidamente de um ataque do coração, em comparação com os que não têm e não lidam com animais de estimação.
Essas práticas evoluíram, foram organizadas e até já ganharam nome técnico: animal-assisted therapy. Não é apenas ter um animal de estimação, porque o animal deve ser treinado para a função. A última evidência nesse sentido é das mais estranhas: 30 pessoas com depressão moderada ou leve foram divididas e um grupo teve dez sessões de uma hora nadando e brincando com golfilnhos. O outro nadou e brincou, mas sem golfinhos. As diferenças na redução dos sintomas foram estatisticamente significativas.
O comentarista agrega que poucos podem se dar ao luxo de ter e manter um golfinho de estimação (incluíndo laguinho etc….). Não obstante, não nos desesperemos! Uma pesquisa feita em Israel mostrou a utilidade de cachorros no tratamento da esquizofrenia. O grupo experimental fazia pouca coisa, e somente uma vez por semana: acariciava, alimentava, banhava etc. o cachorro – em dez sessões já havia uma relação entre pacientes e cachorros e os pacientes se preparavam para as sessões. O grupo controle não apresentou os mesmos resultados.

Precisamos aprender mais a respeito dessa terapia, que promete ser muito útil e conveniente. O leitor pode buscar mais informações na Delta Society, http://www.deltasociety.org
Escrito por Gláucio Soares usando resumos de artigos

Os animais ajudam os pacientes

Já sabemos que animais de estimação trazem benefícios para os que cuidam deles. Muitos estudos sugerem que pessoas com animais de estimação têm pressão mais baixa, níveis de estresse mais baixos, são mais felizes e se recuperam mais rapidamente de um ataque do coração, em comparação com os que não têm e não lidam com animais de estimação.
Essas práticas evoluíram, foram organizadas e até já ganharam nome técnico: animal-assisted therapy. Não é apenas ter um animal de estimação, porque o animal deve ser treinado para a função. A última evidência nesse sentido é das mais estranhas: 30 pessoas com depressão moderada ou leve foram divididas e um grupo teve dez sessões de uma hora nadando e brincando com golfilnhos. O outro nadou e brincou, mas sem golfinhos. As diferenças na redução dos sintomas foram estatisticamente significativas.
O comentarista agrega que poucos podem se dar ao luxo de ter e manter um golfinho de estimação (incluíndo laguinho etc….). Não obstante, não nos desesperemos! Uma pesquisa feita em Israel mostrou a utilidade de cachorros no tratamento da esquizofrenia. O grupo experimental fazia pouca coisa, e somente uma vez por semana: acariciava, alimentava, banhava etc. o cachorro – em dez sessões já havia uma relação entre pacientes e cachorros e os pacientes se preparavam para as sessões. O grupo controle não apresentou os mesmos resultados.

Precisamos aprender mais a respeito dessa terapia, que promete ser muito útil e conveniente. O leitor pode buscar mais informações na Delta Society, http://www.deltasociety.org
Escrito por Gláucio Soares usando resumos de artigos

Religião e ansiedade

As pessoas ansiosas vivem menos, se suicidam mais e vivem pior. Reduzir a ansiedade é uma questão de saúde pública, embora isso pareça avançado demais para os que possuem uma visão tradicional da medicina. Políticas públicas que reduzem a ansiedade, elevam a qualidade da vida e, por caminhos indiretos, reduzem a mortalidade. Num país com arraigada tradição estatista como o Brasil é possível imaginar políticas públicas elaboradas para reduzir autoritariamente a ansiedade. Não funciona. Os caminhos são outros.
Há estilos de vida e instituições associadas com eles que reduzem a ansiedade. Uma dessas instituições é a religião. Porém, ao entrar nas pesquisas e nas “noções” comuns a respeito dessa relação, vemos que ela é contraditória. Há vinte anos, Frenz e Carey pesquisaram as relações entre religiosidade e ansiedade. Não encontraram qualquer relação. Cinco anos depois, Koenig, Ford, George, Blazer e Meador encontraram relações, mas intrincadas. Não eram lineares nem simples.
Mas, pensemos: há religiões e religiões, e também há religiosos e religiosos – bem diferentes. Talvez estas diferenças expliquem parte da confusão. Um passo para deslindar essa relação foi dado quando separaram as pessoas cuja religiosidade era “para fora” daquelas nas que a religiosidade era “para dentro”. A religião das primeiras era social, a das últimas era interna – e muito mais protetora.
Há outras tradições teóricas que são úteis: uma vê a religião como maneira de enfrentar problemas e dificuldades; a outra é psicanalítica e vê funções da religião na defesa do ego. Essas duas tradições teóricas vêem um efeito catártico das religiões.
Falta o comportamento. Ir a igrejas, templos, sinagogas etc. tem efeito sobre a ansiedade? Maltby tentou responder essa pergunta. Para evitar os efeitos que confundem quando são analisadas religiões diferentes, todas as pessoas que estudou são da Church of England. Aumentou a homogeneidade, mas reduziu a amostra – 83 pessoas. Aplicou um questionário a todas onde media a ansiedade com uma escala. Aplicou o questionário meia hora antes da chegada na igreja e meia hora depois da saída. Perguntou – diretamente – se ficavam ansiosos com as preparações para ir à igreja. Esse desenho controla a endogenia – o fato das pessoas irem mais ou menos à igreja de acordo com o seu grau de ansiedade. A pesquisa permitia ver qual o efeito.
O que ele encontrou? Ir à igreja aumenta, diminui ou não tem nada a ver com a ansiedade? O autor verificou que o nível de ansiedade antes de ir à igreja era 41 pontos e depois era 37: não foi uma queda dramática, mas é uma diferença estatisticamente significativa no nível de <0,05. Segundo o autor, esses resultados fortalecem a teoria da catarse.
Essas conclusões foram reforçadas por outros estudos. Joanna Maselko estudou as correlatas das mudanças no comportamento religioso da infância para a maturidade em mulheres. As que cessaram suas atividades religiosas tinham um risco três vezes maior (21% vs. 7%) de padecer de ansiedade generalizada e de alcoolismo do que as que continuaram com suas atividades religiosas. Nos homens, a redução ou cessação da atividade religiosa contribuía para outro tipo de problema, a depressão. Os efeitos foram piores entre mulheres. A explicação de Maselko é as mulheres tendem a ser mais integradas na comunidade religiosa e sentem mais os efeitos quando saem dela.
Na Universidade de Toronto houve uma pesquisa com metodologia diferente: visualizavam as áreas do cérebro cuja atividade aumentava com a ansiedade. Aplicaram testes cognitivos que produziam mais ansiedade nos não religiosos do que nos religiosos, particularmente se erravam as respostas.
O estudo das religiões e de suas relações com importantes aspectos da vida como a felicidade, a saúde mental e a criminalidade, é imprescindível. Não basta ficar repetindo o que autores clássicos escreveram há um século.
A variedade das religiões no Brasil, maior país católico do mundo, maior país espírita do mundo, país onde as igrejas evangélicas crescem rapidamente e onde há claras diferenças de classe e de nível educacional entre as religiões, além de uma participação ativa de algumas delas na política, requer que os pesquisadores as levem em sério e as incluam em suas análises de vários tipos de comportamento. As conseqüências de um fenômeno socialmente tão relevante precisam ser conhecidas e, para conhecê-las, é preciso pesquisá-las.

Religião e ansiedade

As pessoas ansiosas vivem menos, se suicidam mais e vivem pior. Reduzir a ansiedade é uma questão de saúde pública, embora isso pareça avançado demais para os que possuem uma visão tradicional da medicina. Políticas públicas que reduzem a ansiedade, elevam a qualidade da vida e, por caminhos indiretos, reduzem a mortalidade. Num país com arraigada tradição estatista como o Brasil é possível imaginar políticas públicas elaboradas para reduzir autoritariamente a ansiedade. Não funciona. Os caminhos são outros.
Há estilos de vida e instituições associadas com eles que reduzem a ansiedade. Uma dessas instituições é a religião. Porém, ao entrar nas pesquisas e nas “noções” comuns a respeito dessa relação, vemos que ela é contraditória. Há vinte anos, Frenz e Carey pesquisaram as relações entre religiosidade e ansiedade. Não encontraram qualquer relação. Cinco anos depois, Koenig, Ford, George, Blazer e Meador encontraram relações, mas intrincadas. Não eram lineares nem simples.
Mas, pensemos: há religiões e religiões, e também há religiosos e religiosos – bem diferentes. Talvez estas diferenças expliquem parte da confusão. Um passo para deslindar essa relação foi dado quando separaram as pessoas cuja religiosidade era “para fora” daquelas nas que a religiosidade era “para dentro”. A religião das primeiras era social, a das últimas era interna – e muito mais protetora.
Há outras tradições teóricas que são úteis: uma vê a religião como maneira de enfrentar problemas e dificuldades; a outra é psicanalítica e vê funções da religião na defesa do ego. Essas duas tradições teóricas vêem um efeito catártico das religiões.
Falta o comportamento. Ir a igrejas, templos, sinagogas etc. tem efeito sobre a ansiedade? Maltby tentou responder essa pergunta. Para evitar os efeitos que confundem quando são analisadas religiões diferentes, todas as pessoas que estudou são da Church of England. Aumentou a homogeneidade, mas reduziu a amostra – 83 pessoas. Aplicou um questionário a todas onde media a ansiedade com uma escala. Aplicou o questionário meia hora antes da chegada na igreja e meia hora depois da saída. Perguntou – diretamente – se ficavam ansiosos com as preparações para ir à igreja. Esse desenho controla a endogenia – o fato das pessoas irem mais ou menos à igreja de acordo com o seu grau de ansiedade. A pesquisa permitia ver qual o efeito.
O que ele encontrou? Ir à igreja aumenta, diminui ou não tem nada a ver com a ansiedade? O autor verificou que o nível de ansiedade antes de ir à igreja era 41 pontos e depois era 37: não foi uma queda dramática, mas é uma diferença estatisticamente significativa no nível de <0,05. Segundo o autor, esses resultados fortalecem a teoria da catarse.
Essas conclusões foram reforçadas por outros estudos. Joanna Maselko estudou as correlatas das mudanças no comportamento religioso da infância para a maturidade em mulheres. As que cessaram suas atividades religiosas tinham um risco três vezes maior (21% vs. 7%) de padecer de ansiedade generalizada e de alcoolismo do que as que continuaram com suas atividades religiosas. Nos homens, a redução ou cessação da atividade religiosa contribuía para outro tipo de problema, a depressão. Os efeitos foram piores entre mulheres. A explicação de Maselko é as mulheres tendem a ser mais integradas na comunidade religiosa e sentem mais os efeitos quando saem dela.
Na Universidade de Toronto houve uma pesquisa com metodologia diferente: visualizavam as áreas do cérebro cuja atividade aumentava com a ansiedade. Aplicaram testes cognitivos que produziam mais ansiedade nos não religiosos do que nos religiosos, particularmente se erravam as respostas.
O estudo das religiões e de suas relações com importantes aspectos da vida como a felicidade, a saúde mental e a criminalidade, é imprescindível. Não basta ficar repetindo o que autores clássicos escreveram há um século.
A variedade das religiões no Brasil, maior país católico do mundo, maior país espírita do mundo, país onde as igrejas evangélicas crescem rapidamente e onde há claras diferenças de classe e de nível educacional entre as religiões, além de uma participação ativa de algumas delas na política, requer que os pesquisadores as levem em sério e as incluam em suas análises de vários tipos de comportamento. As conseqüências de um fenômeno socialmente tão relevante precisam ser conhecidas e, para conhecê-las, é preciso pesquisá-las.

Religião e ansiedade

As pessoas ansiosas vivem menos, se suicidam mais e vivem pior. Reduzir a ansiedade é uma questão de saúde pública, embora isso pareça avançado demais para os que possuem uma visão tradicional da medicina. Políticas públicas que reduzem a ansiedade, elevam a qualidade da vida e, por caminhos indiretos, reduzem a mortalidade. Num país com arraigada tradição estatista como o Brasil é possível imaginar políticas públicas elaboradas para reduzir autoritariamente a ansiedade. Não funciona. Os caminhos são outros.
Há estilos de vida e instituições associadas com eles que reduzem a ansiedade. Uma dessas instituições é a religião. Porém, ao entrar nas pesquisas e nas “noções” comuns a respeito dessa relação, vemos que ela é contraditória. Há vinte anos, Frenz e Carey pesquisaram as relações entre religiosidade e ansiedade. Não encontraram qualquer relação. Cinco anos depois, Koenig, Ford, George, Blazer e Meador encontraram relações, mas intrincadas. Não eram lineares nem simples.
Mas, pensemos: há religiões e religiões, e também há religiosos e religiosos – bem diferentes. Talvez estas diferenças expliquem parte da confusão. Um passo para deslindar essa relação foi dado quando separaram as pessoas cuja religiosidade era “para fora” daquelas nas que a religiosidade era “para dentro”. A religião das primeiras era social, a das últimas era interna – e muito mais protetora.
Há outras tradições teóricas que são úteis: uma vê a religião como maneira de enfrentar problemas e dificuldades; a outra é psicanalítica e vê funções da religião na defesa do ego. Essas duas tradições teóricas vêem um efeito catártico das religiões.
Falta o comportamento. Ir a igrejas, templos, sinagogas etc. tem efeito sobre a ansiedade? Maltby tentou responder essa pergunta. Para evitar os efeitos que confundem quando são analisadas religiões diferentes, todas as pessoas que estudou são da Church of England. Aumentou a homogeneidade, mas reduziu a amostra – 83 pessoas. Aplicou um questionário a todas onde media a ansiedade com uma escala. Aplicou o questionário meia hora antes da chegada na igreja e meia hora depois da saída. Perguntou – diretamente – se ficavam ansiosos com as preparações para ir à igreja. Esse desenho controla a endogenia – o fato das pessoas irem mais ou menos à igreja de acordo com o seu grau de ansiedade. A pesquisa permitia ver qual o efeito.
O que ele encontrou? Ir à igreja aumenta, diminui ou não tem nada a ver com a ansiedade? O autor verificou que o nível de ansiedade antes de ir à igreja era 41 pontos e depois era 37: não foi uma queda dramática, mas é uma diferença estatisticamente significativa no nível de <0,05. Segundo o autor, esses resultados fortalecem a teoria da catarse.
Essas conclusões foram reforçadas por outros estudos. Joanna Maselko estudou as correlatas das mudanças no comportamento religioso da infância para a maturidade em mulheres. As que cessaram suas atividades religiosas tinham um risco três vezes maior (21% vs. 7%) de padecer de ansiedade generalizada e de alcoolismo do que as que continuaram com suas atividades religiosas. Nos homens, a redução ou cessação da atividade religiosa contribuía para outro tipo de problema, a depressão. Os efeitos foram piores entre mulheres. A explicação de Maselko é as mulheres tendem a ser mais integradas na comunidade religiosa e sentem mais os efeitos quando saem dela.
Na Universidade de Toronto houve uma pesquisa com metodologia diferente: visualizavam as áreas do cérebro cuja atividade aumentava com a ansiedade. Aplicaram testes cognitivos que produziam mais ansiedade nos não religiosos do que nos religiosos, particularmente se erravam as respostas.
O estudo das religiões e de suas relações com importantes aspectos da vida como a felicidade, a saúde mental e a criminalidade, é imprescindível. Não basta ficar repetindo o que autores clássicos escreveram há um século.
A variedade das religiões no Brasil, maior país católico do mundo, maior país espírita do mundo, país onde as igrejas evangélicas crescem rapidamente e onde há claras diferenças de classe e de nível educacional entre as religiões, além de uma participação ativa de algumas delas na política, requer que os pesquisadores as levem em sério e as incluam em suas análises de vários tipos de comportamento. As conseqüências de um fenômeno socialmente tão relevante precisam ser conhecidas e, para conhecê-las, é preciso pesquisá-las.

Cachorros, gatos e solidão

O nome, em Inglês, é pets. Pets são animais domésticos, em grande maioria cachorros e gatos. Sabemos, há mais de um quarto de século, como resultado de pesquisas, que acariciar um cachorro ou um gato reduz a pressão sanguínea, reduz as batidas cardíacas e muito mais. Pacientes que tiveram um ataque do coração se recuperam mais rápido e vivem mais tempo se tiverem um pet em casa. Crianças que crescem com gatos e cachorros tem menos alergias e asma. A existência e o contacto com pets aumenta a nossa produção de serotonina e de dopamina, que estão relacionadas com o nosso humor – quanto mais, melhor. Ajudam, mesmo, a combater a depressão. 

Porém, não são apenas os pacientes que melhoram com os pets. Cuidar de idosos e de pacientes pode ser muito estressante e estudos mostram que quem o faz também se beneficia de ter um cachorrinho ou um gatinho. Isso também foi demonstrado.

Contudo, os grandes beneficiários, em potencial, são os idosos. Não é fácil ser idoso, e é pior ser um idoso inativo. A idade, juntamente com a saúde e a falta de projetos, é uma das correlatas mais frequentes da depressão e do suicídio. O “modelo húngaro” nada mais é do que o crescimento súbito e contínuo da taxa de suicídios com a idade, começando com a aposentadoria. A última pesquisa nessa área foi feita em St. Louis: os idosos que passavam tempo com um cachorro se sentiam mais felizes e esse efeito era maior quando não tinham que “dividir” o cachorro com outro idoso.

Por que?

O tempo passado com pets é retirado do tempo gasto com preocupações inúteis e com a solidão. Há uma importante reciprocidade na relação com gatos e cachorros: nós cuidamos deles, e eles cuidam de  nós. Infelizmente, muitos idosos são abandonados no fim da vida, inclusive com parentes mais preocupados em construir suas próprias vidas. Eles são os grandes beneficiários de um gato ou um cachorro.

Cachorros, gatos e solidão

O nome, em Inglês, é pets. Pets são animais domésticos, em grande maioria cachorros e gatos. Sabemos, há mais de um quarto de século, como resultado de pesquisas, que acariciar um cachorro ou um gato reduz a pressão sanguínea, reduz as batidas cardíacas e muito mais. Pacientes que tiveram um ataque do coração se recuperam mais rápido e vivem mais tempo se tiverem um pet em casa. Crianças que crescem com gatos e cachorros tem menos alergias e asma. A existência e o contacto com pets aumenta a nossa produção de serotonina e de dopamina, que estão relacionadas com o nosso humor – quanto mais, melhor. Ajudam, mesmo, a combater a depressão. 

Porém, não são apenas os pacientes que melhoram com os pets. Cuidar de idosos e de pacientes pode ser muito estressante e estudos mostram que quem o faz também se beneficia de ter um cachorrinho ou um gatinho. Isso também foi demonstrado.

Contudo, os grandes beneficiários, em potencial, são os idosos. Não é fácil ser idoso, e é pior ser um idoso inativo. A idade, juntamente com a saúde e a falta de projetos, é uma das correlatas mais frequentes da depressão e do suicídio. O “modelo húngaro” nada mais é do que o crescimento súbito e contínuo da taxa de suicídios com a idade, começando com a aposentadoria. A última pesquisa nessa área foi feita em St. Louis: os idosos que passavam tempo com um cachorro se sentiam mais felizes e esse efeito era maior quando não tinham que “dividir” o cachorro com outro idoso.

Por que?

O tempo passado com pets é retirado do tempo gasto com preocupações inúteis e com a solidão. Há uma importante reciprocidade na relação com gatos e cachorros: nós cuidamos deles, e eles cuidam de  nós. Infelizmente, muitos idosos são abandonados no fim da vida, inclusive com parentes mais preocupados em construir suas próprias vidas. Eles são os grandes beneficiários de um gato ou um cachorro.

Cachorros, gatos e solidão

O nome, em Inglês, é pets. Pets são animais domésticos, em grande maioria cachorros e gatos. Sabemos, há mais de um quarto de século, como resultado de pesquisas, que acariciar um cachorro ou um gato reduz a pressão sanguínea, reduz as batidas cardíacas e muito mais. Pacientes que tiveram um ataque do coração se recuperam mais rápido e vivem mais tempo se tiverem um pet em casa. Crianças que crescem com gatos e cachorros tem menos alergias e asma. A existência e o contacto com pets aumenta a nossa produção de serotonina e de dopamina, que estão relacionadas com o nosso humor – quanto mais, melhor. Ajudam, mesmo, a combater a depressão. 
Porém, não são apenas os pacientes que melhoram com os pets. Cuidar de idosos e de pacientes pode ser muito estressante e estudos mostram que quem o faz também se beneficia de ter um cachorrinho ou um gatinho. Isso também foi demonstrado.

Contudo, os grandes beneficiários, em potencial, são os idosos. Não é fácil ser idoso, e é pior ser um idoso inativo. A idade, juntamente com a saúde e a falta de projetos, é uma das correlatas mais frequentes da depressão e do suicídio. O “modelo húngaro” nada mais é do que o crescimento súbito e contínuo da taxa de suicídios com a idade, começando com a aposentadoria. A última pesquisa nessa área foi feita em St. Louis: os idosos que passavam tempo com um cachorro se sentiam mais felizes e esse efeito era maior quando não tinham que “dividir” o cachorro com outro idoso.
Por que?
O tempo passado com pets é retirado do tempo gasto com preocupações inúteis e com a solidão. Há uma importante reciprocidade na relação com gatos e cachorros: nós cuidamos deles, e eles cuidam de  nós. Infelizmente, muitos idosos são abandonados no fim da vida, inclusive com parentes mais preocupados em construir suas próprias vidas. Eles são os grandes beneficiários de um gato ou um cachorro.

GLÁUCIO SOARES   –   IESP-UERJ 

Se quiser saber mais sobre suicídios e a prevenção de suicídios, visite os seguintes blogs: