Cientistas brasileiros do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estão fazendo algo promissor.
Vejo, no meu limitado conhecimento, possibilidades importantes que estão abrindo. O cúrcuma é usado em muitos países como condimento de vários pratos, e é incluído em muitas receitas. É, resumindo, retirado de uma raiz (de turmeric, em Inglês). O nome técnico da raiz é Curcuma longa. É usado na preparação dos pratos.
O cúrcuma tem sido associado com vários benefícios para a saúde – antioxidante, antinflamatório, anticâncer, que é o que nos interessa. Tem potencial como tratamento anticâncer, mas o problema é que é de difícil absorção.
O que estão fazendo os pesquisadores da Unicamp?
Desenvolveram uma técnica que usa nano partículas de sílica, recheadas de cúrcuma, para levar o possível medicamento às células cancerosas. Para fazer isso, revestiram as nano partículas de folato que, segundo entendo, é uma vitamina que tem preferência pelas células cancerosas.
Os primeiros resultados são muito bons: em experimentos in vitro mataram perto de 70% das células cancerosas e dez por cento das células normais.
Encontrei a explicação dessa atração mútua entre o folato e as células cancerosas. As células cancerosas têm receptores de folato em maior quantidade – muito maior quantidade – duzentas vezes mais. A explicação foi dada pelo Pesquisador Responsável, Mateus Borba Cardoso.
A sílica e o folato reduzem o problema da absorção de drogas que não são solúveis na agua, no sangue e outros fluidos biológicos.
É bom saber que nossos cientistas estão trabalhando nessa área, contra viento y marea. Falta muito e o trajeto das pesquisas in vitro às estantes das farmácias é longo e difícil, mas é mais uma possibilidade que se abre, um tratamento para o câncer da próstata com menos efeitos colaterais do que a quimioterapia.
GLÁUCIO SOARES IESP/UERJ
Para saber mais, busque na revista Langmuir, da American Chemical Society.